quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Oportunidades e armadilhas

Esta palavra, uma pérola encontrada no site da Lagoinha (http://www.lagoinha.com/), vem de encontro ao que estou vivendo no momento. Preciosíssima, todos devem ler... Desejo sinceramente que ela satisfaça às expectativas e anseios de todos que por aqui passarem.


Oportunidades e armadilhas

O ser humano tem necessidades e desejos esperando para serem atendidos. Adquirimos conhecimento, desenvolvemos habilidades e ficamos na expectativa de uma boa ocasião para realizarmos nossos propósitos.

Então, de repente, surge uma oportunidade como porta que se abre, atrativa, chamativa, promissora. Na medida em que crescemos na vida, muitas portas vão se abrindo. A grande questão é: onde estaremos entrando? Para onde seremos conduzidos? Depois que entrarmos, será possível sair?

Peixes, aves, e outros animais, são atraídos por iscas alimentares que os conduzem ao cativeiro e a morte. O homem também é apanhado de forma semelhante (Ec 9.12). Relatos bíblicos nos mostram personagens diante de algumas oportunidades: Eva diante de um fruto maduro (Gn 3.6); Esaú diante de uma refeição preparada (Gn 25.29); Jonas diante de um navio ancorado e prestes a partir (Jn 1.3).

Na vida encontramos ocasiões assim: Tudo está pronto. Não teremos trabalho algum. Parece que todos os fatores estão contribuindo para a realização de um sonho (ou pesadelo).

Tal é o quadro descrito pelo convite da mulher adúltera: “Já cobri a minha cama de cobertas, de colchas de linho do Egito. Já perfumei o meu leito com mirra, aloés e cinamomo. Vem, saciemo-nos de amores até pela manhã; alegremo-nos com amores. Porque meu marido não está em casa; foi fazer uma jornada ao longe; um saquitel de dinheiro levou na mão; só lá para o dia da lua cheia voltará para casa.” (Pv 7.16-20.)

O caminho mais fácil pode ser o mais perigoso. Se tudo está pronto, se não houve custo nem trabalho, e ainda precisa ser escondido, cuidado.

Pode ser algo que atende ao desejo e à expectativa, mas contraria o que Deus falou (Gn 2.17; 3.6; Êx 20.14). A Palavra do Senhor deve ser a nossa fonte de parâmetros e princípios para as escolhas da vida.

José, solteiro, longe da família, trabalhando como escravo, foi alvo de uma mulher sedutora (Gn 39.7-13). Que oportunidade! Entretanto, o jovem servo de Deus rejeitou aquele presente maligno. Hoje, muitos o chamariam de bobo etc. Depois José veio a ser governador do Egito, casou-se e realizou seus desejos com sua esposa.

Oportunidades do dia-a-dia, envolvendo relacionamentos, empregos, negócios etc. precisam ser avaliadas com muita sabedoria e seriedade. As vantagens aparentes não devem ser os fatores decisivos nas nossas escolhas.

Muitas vezes será preciso dizer ‘não’, recusando propostas, convites, ofertas e presentes ilícitos, suspeitos ou inconvenientes. Seria o caso dos subornos ou, por exemplo, presente de ex-namorado oferecido a uma mulher casada. Muitas situações gratuitas permitem prever efeitos negativos e cobranças futuras.

São interessantes os exemplos bíblicos vividos por Abraão (Gn 14.21-23), Davi (2Sm 24.22-24), Eliseu (2Rs 5.15-16) e os apóstolos (At 8.18-20) que disseram ‘não’ diante de oportunidades de ganho material indevido. Os verdadeiros servos de Deus devem ser capazes de recusar até ofertas em dinheiro, como Pedro recusou, quando alguém quiser comprar a bênção ou adquirir posições ou privilégios na igreja.

Aqui estão alguns procedimentos e aspectos a serem observados para que se reduza a possibilidade de uma decisão errada diante de algumas oportunidades:

1. Ore ao Senhor (Ef 6.18). Quem não ora assume sozinho a responsabilidade pelas consequências.


2. Verifique a origem da proposta (Gl 5.8). No caso de Sansão, por exemplo: Dalila, uma mulher pertencente à nação inimiga, não poderia ser bênção em sua vida (Jz 16.4).


3. Descubra o que a Palavra de Deus diz a respeito daquele assunto específico ou semelhante (Sl 119.105). Se Deus proibiu determinado ato, não adianta orar e perguntar novamente. Foi o caso de Balaão diante das ofertas de Balaque (Nm 22.18-19).


4. Ouça a voz da consciência. Ela nos faz perceber que alguma coisa está errada, mesmo que não saibamos o que é. Embora ela possa ser cauterizada ou condicionada, não deixa de ser um juízo interior dado por Deus. Se a consciência nos acusa ou reprova, isso pode indicar uma cilada (Rm 2.15; 9.1; 1Jo.3.20-21). Se sentimos paz, é provável que o caminho seja certo, mas devemos avaliar outros aspectos envolvidos.


5. Qual é o preço a ser pago? Existem recursos para o pagamento? (Lc 14.28). Vantagens exageradas gratuitas ou com preço insignificante devem inspirar desconfiança. Produtos roubados são muito baratos. Se o preço for alto demais, podemos também estar diante de uma transação injusta.


6. Quais são os riscos e as consequências? Vale a pena investir? Aonde chegaram aqueles que trilharam esse caminho? (Pv 14.12).


7. Que tipo de renúncia ou perda envolve cada alternativa? Não se pode ter tudo ao mesmo tempo. Quem escolhe um amante perderá o marido e, talvez, os filhos. Quem quer ganhar o mundo, pode perder a alma (Mt 16.26).


8. Você precisa mesmo daquilo? (Lc 10.41-42). Até no caso de situações lícitas, é preciso verificar se existe uma necessidade que justifique o investimento. O consumismo da sociedade capitalista faz com que muitas pessoas gastem muito dinheiro com artigos supérfluos e inúteis.


9. É o tempo certo para esse tipo de realização? (Ec 3.1).


10. Se existe dúvida, não tome uma decisão apressada. Um período de reflexão pode significar a diferença entre a vida e a morte. Não seja precipitado (Pv 21.5). Precipitação e queda são sinônimos.


11. Ouça o conselho de pessoas mais experientes, principalmente dos líderes, pais, pastores etc. (Pv 11.14).

Cada situação da vida pode trazer características imprevisíveis, mas sempre podemos avaliá-las sob o seguinte enfoque:

Como esta oportunidade se encaixa no propósito geral da minha vida?

Vejamos a experiência e o exemplo do Senhor Jesus: queriam fazê-lo rei (João 6.15). Ele rejeitou. Quem rejeitaria uma posição desse tipo? O Mestre não aceitou porque estava determinado a cumprir o plano de Salvação no Calvário. Ele conhecia o propósito do Pai e estava resoluto no desempenho de sua missão. Ser rei não seria pecado. Existem oportunidades em nossas vidas que envolvem coisas boas e não pecaminosas, mas, ainda assim, nos afastam do propósito de Deus.

As oportunidades malignas são atalhos que nos afastam do caminho certo, desviando-nos do nosso alvo e interrompendo a obra que estamos realizando (Ne 6.3). Por exemplo, no caso dos apóstolos, surgiu a oportunidade de se envolverem com o trabalho social, servindo a mesa das viúvas. Seria um ministério correto e maravilhoso, mas haveria de desviá-los da missão de pregar a Palavra de Deus e estabelecer os fundamentos da igreja (At 6.1-4).

Fato é que, em geral, vivemos em busca de oportunidades para a realização da nossa vontade. Mas, como fica a obediência à vontade de Deus? Não percamos as oportunidades para evangelizar, pregar a palavra, jejuar, orar, participar dos cultos, ter comunhão com os irmãos e exercer nossos dons e ministérios. E essas oportunidades são diárias. Dizer que estamos esperando por elas é, quase sempre, apenas uma desculpa descabida e inaceitável.

Queremos que Deus abra as portas e nos dê oportunidades, mas, quem sabe Ele também esteja esperando que abramos o nosso coração e deixemos que ele opere em nós (Ap 3.20).

Se a realização da vontade de Deus for a razão e o propósito da nossa existência, ficará bem mais fácil identificar as armadilhas malignas e escapar delas. Se o nosso alimento vem do Pai, não seremos apanhamos pelas iscas e laços do passarinheiro (Sl 91.3; 124.7).

O que vem de Deus é melhor

Rejeitar as ofertas do mundo pode trazer um ilusório sentimento de perda, mas vale a pena resistir às astutas ciladas de Satanás, pois o Senhor tem o melhor para nós. Para aqueles que já entraram pelas portas erradas, resta o arrependimento, caso ainda não tenham sido destruídos pelo maligno. Foi o caso de Jonas. No ventre do peixe, ele orou ao Senhor e foi vomitado na praia (Jn 2.1,10).

No deserto, depois que Jesus rejeitou todas as propostas de Satanás, disfarçadas de boas oportunidades, vieram os anjos e o serviram (Mt 4.11).

O Senhor abençoará a todos os seus filhos, dando-nos oportunidade para realizar os sonhos que Ele mesmo colocou em nossos corações.

Não perca as boas oportunidades da vida

Elas estão presentes até mesmo nas pequenas coisas cotidianas (Ec 2.24; 5.18; 8.15). Nem só de renúncia e austeridade vive um servo de Deus. Cada dia que vivemos é uma nova oportunidade para muitas realizações. Só não podemos dar ocasião à carne e ao diabo (Ef 4.27; 1Tm 5.14; Gl 5.13; 1Co 7.21). Aproveite a vida presente, pois reencarnação não existe e a eternidade terá outros propósitos.

Apesar de todas as advertências, não podemos ficar travados em nossas decisões por causa do medo disfarçado de prudência. Muitas chances que temos são portas que Deus abriu. Reconhecendo assim, entremos por elas e sejamos felizes.

A bem da verdade, precisamos lembrar que as boas oportunidades também envolvem riscos, mas, nos casos das armadilhas, os riscos são fatais e alguém tenta ocultá-los por meio de artifícios. As dúvidas também costumam ser persistentes até nos melhores empreendimentos, mesmo porque nem todos os detalhes são conhecidos com antecedência, mas, se tomamos todas as providências possíveis, podemos ousar e prosseguir.

Criando oportunidades

Esperar que a oportunidade surja pode ser uma postura passiva sem garantias de êxito. É como esperar que uma porta se abra sem que o interessado tenha batido. Em algumas situações, podemos criar a oportunidade. Como Jesus ensinou: “Batei e abrir-se-vos-á.” (Mt 7.7.) Se o tempo é propício, não espere. Vá à luta, sem abrir mão dos princípios cristãos.

A oportunidade de ouro

Algumas oportunidades, por serem únicas, são imperdíveis. A arca de Noé é um exemplo. Ninguém poderia dizer: “Vou esperar o próximo barco”. Quem perdeu, morreu. Quando os israelitas chegaram diante da terra prometida, quase todos recuaram por causa do tamanho dos gigantes. O povo não entrou e não houve outra chance para aquela geração, exceto para Josué e Calebe.

A maior oportunidade que o homem tem é a de aceitar o Senhor Jesus como seu Salvador. Esta chance existe no tempo que se chama Hoje (Hb 4.16). Deixar para amanhã pode ser o maior risco que alguém possa assumir. Por isso, está escrito:

“Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” (2Co 6.2.) Não sejamos como os contemporâneos de Jeremias que disseram: “Passou a sega, findou o verão e nós não estamos salvos.” (Jr 8.20).

Assim como não haveria uma segunda arca de Noé, também não haverá outro Salvador a quem possamos esperar (Mt 11.3) ou algum purgatório que substitua a purificação dos pecados realizada pelo sangue de Jesus. Portanto, se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração (Hb 4.7). Aproveitemos a oportunidade que Deus nos dá hoje. :: Por Anísio Renato de Andrade Bacharel em Teologia. www.anisiorenato.com Colaborador do portal Lagoinha.com

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CRONICA DE UM SONHO


(26/11/2009)

São quatro da madrugada. Acordei de novo, com o mesmo sonho. Não exatamente o mesmo, mas no mesmo contexto. Perdi o sono... Comecei a pensar, pensar e pensar... Não quero mais sonhar com isso, mas gostaria de entender porque esses sonhos me perseguem no melhor do sono. Eu já não estava livre deles?

Minha noite já era, agora é só esperar o dia amanhecer. Fico pensando em um monte de coisas. Não sei se escrevo sobre o sonho. Antigamente eu até anotava com detalhes todos eles, para ficar analisando depois. Com o tempo, fui desistindo. Procuro algo em que me concentrar, mas só me vem à lembrança as palavras de Paulo, escrevendo aos hebreus, dizendo que devemos nos renovar, pela transformação da nossa mente. Paulo, Paulo, volta e me explica essa história direito, porque quanto mais eu leio, mais eu penso e menos eu entendo. Volto a ler “O campo de batalha da mente”, de Joyce Meyer, mas não encontro muita coisa de concreta nesse momento. Corro (de novo!) para o volume I do “Homem Espiritual”, de Watchman Nee. Não era através dele que eu estava me livrando de tanta coisa?

A mente da gente é como um armário, cheio de gavetas. Se essas gavetas não forem limpas com uma certa periodicidade, a gente pode se surpreender quando abri-las de novo. Lá estarão as mesmas lembranças, as mesmas dúvidas e até o que parecia certeza pode virar dúvida também.
Não há nada de errado comigo. Sou apenas uma pessoa que sonha os mesmos sonhos ao longo dos anos. Simplesmente sem saber o que eles significam.

Vou ouvir “Sonhos”, do Chris Duran. Será que o sono volta? Creio que não... Mesmo assim, é ele quem abre a rádio do blog no dia de hoje. Queria entender tanta coisa... Transformar-me, pela renovação da minha mente, quero renovar a minha mente! Quero sonhar coisas novas, quero que elas venham e que fiquem, porque hoje elas até aparecem, mas logo eu volto a ter os mesmos sonhos. Eles querem me dizer algo mais além de “te renova, pela transformação da tua mente”?
Tenho descoberto que Deus só faz por mim aquilo que eu não consigo. Ele não é o Deus do Impossível? Pois é. Ele só vai fazer o que for impossível pra mim. E Paulo diz que devemos nos transformar, pela renovação da nossa mente, para que enfim possamos experimentar qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Romanos 12:2). Então, significa que isso eu posso fazer. Transformar-me, renovar a minha mente...

Ah, Deus, eu quero sonhar coisas novas, eu quero projetos novos. Não quero me prender a projetos que não vingaram. Eu quero parar de sonhar essas coisas. Isso me faz perder o sono toda vez, me faz ficar triste, me faz abrir o armário da mente e mexer em gavetas que não quero mexer, porque simplesmente ainda não consegui renová-las, transformá-las em algo melhor... Eu quero limpar essas gavetas de uma vez por todas e guardar coisas novas dentro delas. Coisas que possam modificar os meus sonhos. Eu não quero mais pensar nisso, não quero lembrar disso...

Quero muito entender tanta coisa... A Bíblia nunca se esgotará. Você pode ler à mesma frase milhões de vezes, ela sempre terá um infinito a decifrar. Milênios depois, cá estou eu, querendo saber como me transformar pela renovação da minha mente... O que tudo isso quer me ensinar? Será que ao longo desses anos eu ainda não aprendi o que preciso? Até quando vou ter esses flashes? Quero avançar, quero correr. Já perdi muito tempo com as mesmas coisas.

Renovar, transformar, renovar... Essas são as palavras de ordem. Sempre. Eu não quero mais perder o sono com sonhos que me entristeçam. Sonhos que pareçam tão reais, mas que desaparecem feito fumaça quando eu acordo. Fica só a lembrança, a dúvida e o desejo de entender. Quero a renovação dos meus sonhos, a transformação da minha madrugada de insônia em uma noite inteira de descanso e paz. Ou então, quero acordar de madrugada e ver o dia amanhecer porque estou falando com Deus, mas pedindo novos pedidos, ou agradecendo novas bondades dele para comigo. Não quero mais pedir sobre esses sonhos. Quero parar de sonhar com isso definitivamente.

Será que ainda está faltando perdão? A falta de perdão faz com que carreguemos um fardo que se torna pesadíssimo, ao longo dos anos. Vou pensar nisso, vou começar a liberar perdão a todos os personagens desse sonho, dessa história. Perdão é sempre bom, a gente nunca peca pelo excesso neste caso.

Eu quero um dia escrever de novo aqui, sobre essa minha insônia de hoje. Quero contar coisas novas que aconteceram. Uma nova história Deus tem pra mim.