sábado, 11 de dezembro de 2010

É Natal?!


Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. (Isaías 9.6)

Mais um final de ano chegou, estou impressionada como o tempo passa cada vez mais rápido. Temos que correr muito, em todas as áreas da nossa vida, pois 12 meses parecem não significar mais 365 dias. Parece ser bem menos...
E aí chega a época das festas natalinas. Eu, particularmente, já sofri muito com isso na infância, pois me deixava levar pelas propagandas abusivas da televisão, que apenas enfatizam o consumismo, fazendo com que as crianças sintam a necessidade urgente de ter o melhor presente, pois no dia seguinte à ceia as competições começam: Quem ganhou o melhor presente? O mais caro? O seu carro tem controle remoto? Sua boneca se alimenta sozinha?

Ah, não, já ia me esquecendo: os brinquedos de agora são o playstation, os Ipod's e Ipad's da vida, o net book para a criança de 9 anos ou o celular com todos os recursos possíveis para aquele quase bebê que ainda está sendo alfabetizado.

É assim. Natal significa consumismo exacerbado, muita bebida e glutonaria... Fazemos um "amigo secreto" e geralmente tiramos aquela pessoa com quem menos nos entendemos durante os 360 dias do ano que passou (essa é a parte mais tragicômica de todas).

Mas Natal também não significa nascimento de Jesus? E onde está Jesus nessa história toda?

Vou dizer aqui o que eu entendo que seja Natal. Natal é todo dia, pois se Jesus nasceu, tem que nascer primeiro dentro de mim. Então, se Ele nasce dentro de mim todos os dias, aí sim, terei muito o que comemorar. Não apenas em dezembro, mas em todos os meses do ano.

Ele nasce em mim quando me alimento dele, quando falo com ele todos os dias, quando confio meus cuidados a ele. Ele nasce em mim quando eu ajudo a quem precisa e conto até 1000 se for preciso, pra não dar aquela resposta que está na ponta da língua para quem quer que seja (principalmente para aquele amigo "querido" que provavelmente eu vá sortear na Confraternização da empresa ou da escola, ou até mesmo da igreja...).

Ele nasce em mim de várias formas, mas posso garantir que não nasce quando só paro de comer quando a comida acaba ou quando me embriago nas festas, mostrando muitas vezes uma face de mim que demorei 12 meses para esconder.
Natal é mais sério do que pensamos, e tem de ser algo permanente. Porque ir a uma igreja agradecer apenas no dia 25 se eu posso fazer isso todos os dias do ano? Por que dar aquele abraço forçado em alguém da sua família no dia 24 se você passou o ano inteiro trocando farpas com ele? não dá pra resolver essa pendência antes do dia 24? Trocar um pedido de perdão ou de desculpas, rever conceitos e atitudes...
É. Natal é bem mais do que sonha nossa vã filosofia (parafraseando Shakespeare). Vale a pena pensar mais sobre isso. Para concluir, deixo um poema de Myrtes Mathias, que recitei muito na Igreja Batista, na minha infância e ficou gravado na minha memória até hoje.
Deixa Cristo Nascer
(Myrtes Mathias)

Desce a noite lenta sobre a terra,
Bela e triste, quase irreal!
Bela demais em seu sublime encanto,
triste demais para nascer um santo:
Nasce Deus no primeiro Natal.

À ordem de César, Belém regurgita,
anima a cidade o decreto real:
cheia demais está a hospedaria,
à virgem cansada resta a estrebaria:
Nela nasce Deus no primeiro Natal.

Pastores que velam na escura montanha,
ouvindo a nova do coro angelical,
deixam o rebanho, em busca da luz,
primeiros crentes, vão ver a Jesus:
Adoram a Deus no primeiro Natal.

Sábios, a espera do doce milagre,
reconhecendo a estrela divinal,
deixam o Oriente, trazendo um tesouro,
simbólica oferta: mirra, incenso, ouro:
presentes para Deus no primeiro Natal.

Homem, não maldigas tua sorte incerta,
Não tornes vã a noite sem igual.
Que importa Jesus tenha nascido?
Que importa Ele tenha sofrido?
Se ele não nascer em ti neste Natal?

Deixa o orgulho, a indiferença, o ódio,
sê humilde e crente, abandona o mal.
Não faças do teu coração hospedaria,
onde lugar para Cristo não havia:
dá lugar a Deus neste Natal.

Aceita a história simples da estrebaria,
a estrela linda, o coro angelical.
Entrega teu coração em mística oferta.
Em tua alma haverá paz, no céu haverá festa,
se Cristo nascer em ti neste Natal!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Criando raízes em Deus


Há dias que procurava algo para postar aqui, mas decidi que só iria escrever do que eu vivesse com Deus, não do que os outros viveram e me contaram. O tempo anda curtíssimo, mas eu preciso priorizar o blog. Tem muita gente que passa por aqui na esperança de ler algo que alimente seu dia e sua semana. Ademais, foi Deus quem me deu a idéia do blog, então eu não posso retroceder.
Alguém aí já leu o livro de Colossenses? É o 12º livro do Novo Testamento e trata de uma carta escrita por Paulo de dentro da prisão. Cada vez que leio este livro sinto-me renovada e ontem, mais uma vez, entrei pela madrugada chorando na presença de Deus. Chorando não de desespero, de tristeza ou solidão, mas de alegria, de esperança, de descanso, por tudo o que Deus tem me feito viver em 2010. Tem sido muito aprendizado, muita descoberta de mim mesma. Sou apaixonada por esse Deus que me escolheu.
Mas uma parte muito especial dessa carta aos Colossenses me encantou, onde Paulo recomenda: “DEIXEM QUE AS RAÍZES DE VOCÊS SE APROFUNDEM NELE E EXTRAIAM DELE E A NUTRIÇÃO” (Colossenses 2.7).
Fiquei a-pai-xo-na-da! Deus permite que nos enraizemos Nele para Dele tirarmos a nossa nutrição. Já viram aquelas plantinhas que brotam no tronco das grandes árvores? Pois é. Somo como essas pequenas plantas, “enxertadas” em Deus, de onde podemos extrair tudo o que precisamos!
Que privilégio! E o que é melhor: isso é para qualquer um!
Fiquei tão encantada com essa palavra, ontem ela me pareceu completamente nova. Chorei igual criança. Enxertada em Deus, extraio todo o que preciso para me nutrir e crescer!
Confesso que sou uma plantinha frágil, de raiz fininha, mas decido hoje enraizar-me e aprofundar-me em Deus, para que Ele me dê a nutrição que preciso. Somente assim eu me tornarei uma árvore forte, de raízes fortes, porque estou plantada em terra fértil e pronta para dar bons frutos!
Permita-se hoje, fincar suas raízes em Deus e extrair Dele tudo o que precisa para sua nutrição!
Feliz demais!
Em tempo: a vitamina que se extrai de Deus é a chamada BO: Bíblia e Oração (risos).
Até a próxima, fiquem à sombra da Grande Árvore: Jesus!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vim para adorar-te - Felippe e Mariana Valadão



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Saudades de todos. Aguardem novidades.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Conte estrelas...

Sai da tua tenda, olha para o céu e conta as estrelas, se é que as pode contar. Assim será a tua descendência, como as estrelas no céu e as areias no mar.

Foi mais ou menos assim que Deus falou para Abrão, em um momento crítico de sua vida. Ele estava envelhecendo, queria ter um filho, mas durante toda a sua vida a espera foi a companheira certa. O filho não veio. Então, Deus o chama para fora da tenda, como quem diz: sai do teu mundo pequeno e cheio de preocupações, olha para o céu, vê a imensidão; o mundo é bem maior do que aquilo que você quer. Há outras coisas para viver, você vai ter aquilo que quer e muito mais, que nem sequer imagina.

Às vezes estamos assim também, como Abrão. Sem esperança, olhando para o que achamos ser o fim do túnel, não enxergamos a luz. Tudo parece perdido, o tempo, as lutas, tudo parece ser em vão.

Ontem, devido ao calor, fui para a sacada de casa um pouco tarde da noite e fiz o que sempre faço quando vou para lá à noite: olhei para o céu. Busquei as estrelas e procurei contá-las. Imediatamente lembrei-me da promessa feita por Deus a Abrão e tomei posse da palavra, acreditando que cada estrela daquelas que vi significa uma promessa de Deus para a minha vida. Algumas estão longe, brilham pouco, mas estão lá. Outras, de tão distantes, parecem impossíveis de serem alcançadas. Mas estão lá. São para minha vida. São para sua vida.

É importante olhar para o céu e tentar contar as estrelas de vez em quando. Isso fortalece, renova as esperanças. Muitas vezes estamos tão concentrados nos nossos probleminhas diários que nos esquecemos o tamanho do poder do Deus que nos criou. Esquecemos que existe alguém muito maior que nós, muito maior que qualquer problema que tenhamos e que, a um simples comando, muda todas as situações.

É importante olhar para o céu e tentar contar as estrelas. Quando fazemos isso, tiramos o foco daquilo que achamos gigantesco e sem solução e colocamos nossa visão em alguém muito maior. Na imensidão do céu, conseguimos erguer nossa cabeça, sair do baixo astral que muitas vezes quer nos dominar e renovar as esperanças.

Lembre sempre que há um céu para se olhar, há estrelas para contar e há promessas para buscar. Sim, as promessas, assim como as estrelas, não cairão do céu diretamente em nossas mãos. Sempre que as estrelas desaparecerem do nosso campo de visão, deve ser porque o dia amanheceu, trazendo novas oportunidades de conquista, e não porque deixamos de olhar para elas para mais uma vez focarmos nossa atenção no tamanho do nosso problema.

O amanhecer é muito importante também, porque nele tudo se renova. Os pássaros trazem um novo canto, o banho antes de sair para o trabalho renova as células e melhora a circulação do sangue no nosso corpo e vemos uma nova chance se descortinando à nossa frente. À noite, ao voltarmos para casa, podemos olhar para cima, contar as estrelas e termos a certeza de que há um Deus maior do que o dia, maior do que a noite e maior do que os problemas. Um Deus de soluções, de esperança, antídoto para todos os desânimos que possam existir.

Saia da sua tenda hoje, olhe para o céu e conte as estrelas. Há algo muito maior do que aquilo que você vê todos os dias.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Entre você e Deus...

Existem momentos na nossa vida em que nos enxergamos sozinhos, ainda que rodeados de pessoas.
Pessoas queridas, que até percebem sua tristeza, ou sua angústia, ou sua dor, mas que nada podem fazer por você.
Podem até chorar com você, indignarem-se com você, ser solidários com você... mas a solução não vem dessas pessoas.
Esse momento é entre você e Deus. Não adianta chorar, espernear, gritar... a não ser que seja pra Ele, com Ele... O mundo ao seu redor não poderá dar fim a sua dor. Não poderá solucionar o seu problema. É entre você e Deus.
Como Ana, ao chorar no templo, pedindo um filho. O sacerdote chegou a pensar que ela estivesse embriagada, a dor era tanta que ela nem mesmo conseguia dizer o que queria. A alma estava tao ferida pelas afronta dos de fora que os lábios tremiam e nao saía palavra de sua boca. Era entre ela e Deus.
E Deus sabia exatamente o que ela queria dizer, o que estava dizendo.
E como Ana, tantos outros na Bíblia tiveram seu momento exclusivo com Deus. O próprio Jesus, ao ver que se aproximava a hora mais temida, o momento da crucificaçao, clamou ao Pai. Foi um momento de submissão, de obediência, mas inevitável.
Todos temos um momento em que percebemos nitidamente que é entre nós e o nosso Deus. É muito particular, ninguém de fora poderá dizer, você mesmo vai sentir.
E nesse momento, toda lágrima, todo balbucio, todo gemido, todo clamor será direcionado à pessoa certa. O único capaz de entender esse momento e providenciar a solução.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Descansando em Deus

Tenho estado sempre feliz.

Isso era raro até bem pouco tempo. Costumamos ouvir que existem momentos de felicidade, mas tenho experimentado a felicidade constante na minha vida. Não que eu não tenha dificuldades, mas até mesmo em meio as dificuldades eu tenho sido extremamente feliz.

Isso me faz lembrar muito de um texto da Bíblia, que me consolou muito em momentos complicados da minha vida. Em Mateus 6:25-34, no sermão do Monte, Jesus fala sobre a ansiedade. Ele diz que não devemos andar ansiosos por nada, absolutamente nada. E nos chama a atenção para pequenas coisas, às quais nem sempre damos importância, muito menos perdemos nosso tempo refletindo sobre elas. De um modo muito simples, Ele nos pede para observar as aves nos céus e as flores do campo. As primeiras, ele diz, não plantam, não colhem, nem armazenam em celeiros. No entanto, não lhes falta o alimento.

Elas são, inclusive, sustentadas pelo próprio Deus (Mateus 6.26). Puxa, que privilégio, ser sustentada por Deus!

E as flores do campo? Jesus observa que elas não trabalham e nem sabem costurar. No entanto, são mais bem vestidas do que o homem mais rico e sábio da terra: o Rei Salomão.

E arremata: Vocês, seres humanos, não valem mais que as aves do céu? Se Deus faz isso com elas, imaginem o que não fará com vocês? E se Deus veste tão bem as flores do campo, que hoje são lindas e amanhã estarão murchas e secas, prontas para serem jogadas no lixo, como será que Ele tratará os seres mais amados do mundo, a coroa da criação? (o homem).

E o mais interessante, e que muitas vezes nos esquecemos: quem de nós, por mais preocupado que esteja, poderá acrescentar um minuto ou um dia à sua própria vida?

Se você para pra pensar, é isso mesmo. Tem que estar feliz em todos os momentos, pois há um Deus que não te esquece, que quer te sustentar em todas as áreas da sua vida e quer que você reconheça o ser nobre que ele criou: você mesmo!

Olhe-se no espelho hoje e diga: EU DECIDI SER FELIZ EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA. TENHO UM DEUS QUE ME ENXERGA, QUE ME AMA E QUE QUER ME SUSTENTAR.
Repita isso todos os dias. Mesmo em meio a lágrimas, soluços, repita isso todos os dias. Nunca haverá motivo para você se preocupar, se encher de rugas, se você tiver consciência de que existe um Deus que já se preocupou por você.

"Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33)

Dia desses aprendi que reino é governo. Muitas vezes pensei que era pra buscar o caminho do céu, mas descobri que reino, nesse caso, significa GOVERNO. Ou seja, tenho que deixar Deus governar minha vida, para que todas as demais coisas me sejam acrescentadas.

Se eu perco meu tempo com insônia, pensando nas coisas que quis fazer durante o dia e não consegui, deixo passar a oportunidade de Deus me governar. O simples fato de eu me preocupar significa que Deus está em segundo plano, pois não o estou deixando tomar conta de mim.

Pensando sob esta ótica, não há motivos para tristezas e preocupações. Palavra de quem tem procurado o governo de Deus e tem achado provisão em todos os sentidos. Até minha imunidade aumentou e isso é o mínimo que posso contar: há anos eu não tenho uma gripe. A saúde, a proteção em meio a tanta violência na cidade grande, o sucesso no ambiente de trabalho, os bons relacionamentos... ah, são tantas coisas que Deus tem me acrescentado depois que o deixei me governar... nem preciso me preocupar com nada. Entrego pra Ele e logo depois me vem a solução. Acho que estou rejuvenescendo, tenho um Deus que se preocupa por mim.


Viva feliz! Deixe Deus governar sua vida. Boa noite e um maravilhoso final de semana, sem preocupação alguma!

sábado, 1 de maio de 2010

Andar sobre as águas

ttp://www.youtube.com/watch?v=j4MXXkuGiuc&feature=player_embedded#at=78

sábado, 27 de março de 2010

VIVENDO O SOBRENATURAL DE DEUS (escrito em 24/03/2010)

Estou sorrindo desde ontem. Saí do trabalho, entrei no shopping, fui ao supermercado, cheguei em casa... sorrindo. Literalmente. As pessoas olhavam pra mim com uma interrogação no rosto, como quem quer dizer: “Eu nem conheço essa maluca e ela está vindo na minha direção com um sorriso”. Ao chegar em casa, tentei ligar para algumas pessoas, mas já estavam dormindo. Eu estava tão alegre que pensei: “Hoje eu acordo um”. E liguei para outra grande amiga, que estava acordada. Se estivesse dormindo, ela já sabe que eu deixaria o telefone tocar até ela atender.

Na segunda-feira, uma pessoa me disse que estava com um sorriso constante o dia inteiro, por tantas maravilhas que estavam acontecendo na vida dela. Eu fiquei imaginando o que era passar o dia inteiro com um sorriso fixo no rosto. Apenas imaginei, não consegui concluir o pensamento sobre o assunto.

Sei que ontem aconteceu comigo.

Viver no sobrenatural é algo que muitos não acreditam, outros não entendem e outros não aceitam. Mas existe. O sobrenatural de Deus é maravilhoso. É você olhar para todas as circunstâncias, ver que não dá e entregar para Deus. Seja lá o que for: uma dívida, um relacionamento falido, uma situação de desemprego, de medo, de dúvida, de incerteza. E, de uma hora para outra, os fatos, a realidade e a situação mudam, como num passe de mágica, num piscar de olhos.

Você descansa e desiste de lutar pela situação. Descansa por não ter mais forças e nem competência para pensar naquilo, lutar por aquilo. E é exatamente aí, quando você resolve parar para descansar, que Deus começa a agir. E como Ele não é de carne e osso, assim como eu e você, opera no sobrenatural. E o sobrenatural acontece, e você olha para todos os lados, olha para o raciocínio humano e vê que aquilo que aconteceu não tinha a menor possibilidade de acontecer. Você pisca, tenta enxergar direito, pergunta se ouviu a coisa certa e o sobrenatural continua ali, na sua frente. É como se pedisse para te beliscarem e mesmo assim você não acorda do sonho.

Estou feliz demais. Eu não sou desse mundo, definitivamente não sou daqui. E como não sou daqui, é de se esperar que minhas experiências de vida sejam também de outro mundo: sobre – naturais. Não são naturais as alegrias que eu vivo, a paz que eu tenho enquanto o mundo inteiro se despedaça ao meu redor. A calma que as pessoas dizem que eu transpiro também não é normal. O meu ‘não reclamar’ quando todos reclamam não tem sido nada normal também.

Mas eu não estou nem aí se me chamarem de louca, de doida, de anormal. Tenho um Deus que vai à minha frente, resolvendo tudo enquanto eu simplesmente descanso. Isso é normal?

Eu não sou daqui, portanto, não esperem de mim atitudes de uma pessoa comum. Eu não sou comum.

Sou inédita, exclusiva, feita detalhada e semelhantemente por um Deus que não é nada comum.

Sou filha de um Deus que me dá presentes quando eu menos espero.

Sou refém de um relacionamento de amor, compreensão, sacrifícios e benefícios. Nem tento mais sair desse relacionamento, sou dependente dele para viver.

Alguém consegue me entender?

Posso dar uma dica: hoje, a palavra é de gratidão!!!

(Texto para reflexão e compreensão do dia de hoje: II Samuel, 24.1-25)

terça-feira, 9 de março de 2010

Liberdade


Dia desses eu ia para o trabalho, no ônibus, pela manhã bem cedo. Próximo a mim, sentou-se uma garota que começou a ler uma grande Bíblia de capa cor de rosa. Pra falar a verdade, há dias que venho observando essa moça. Esporadicamente apanhamos o mesmo ônibus e a atitude dela é sempre a mesma: procura um lugar pra sentar, abre a Bíblia e começa a ler.

Comecei a pensar em vários aspectos da atitude dela. Isso me remeteu imediatamente à palavra liberdade. Diz um ditado popular, que só damos valor às coisas quando não mais as temos. Não apenas as coisas, mas as pessoas, os sentimentos, etc. Imediatamente comecei a pensar que, em vários lugares do mundo, existem pessoas que não podem sequer esboçar o abrir de uma Bíblia, pois isso lhes custaria a vida. Pessoas que vivem em países onde os cristãos são perseguidos, onde pedaços de páginas da Bíblia contendo metade de um versículo passam de mão em mão, por baixo de portas, em segredo, em silêncio, para que alguns poucos possam ter acesso à Palavra de Deus. Lugares no mundo onde uma pessoa pode ser presa e torturada até a morte simplesmente por expressar seu credo religioso.

E comecei a pensar na liberdade que nós temos aqui, no Brasil. Aceita-se todo tipo de religião, de denominação, você é livre pra escolher aquilo que quer ser, o ensinamento que quer seguir. Quanta diferença! Mas o que será que nós estamos fazendo com essa liberdade que nos é dada? Será que a estamos utilizando da maneira adequada?

Sei lá, talvez outras pessoas no ônibus, ao olharem para o gesto daquela moça abrindo sua Bíblia para ler, possam ter pensado que ela é uma alienada, coitada; que é uma fanática querendo se mostrar. Mas ninguém sequer pode imaginar o quão ela é livre. O quão ela exerce bem o seu direito de fazer o que quiser. Ela fez uma escolha que mostra toda a sua liberdade. Ela é livre para ser chamada de louca, de fanática, de exibicionista, sei-lá-de-quê. Ela é livre.

E nós? O que estamos fazendo com a liberdade que temos? Será que precisaremos perdê-la um dia para que possamos compreender o seu real valor? Será que vai chegar o dia em que teremos que falar em segredo, aos cochichos, aos símbolos, quem realmente somos e a que viemos?

Se esse dia ainda não chegou – e espero que nunca chegue – então porque agimos como se já o estivéssemos vivendo? Por que não usamos da nossa liberdade para fazer aquilo que muitas vezes desejamos mas nos falta coragem?

Essa coisa de perseguição, de preconceito é antiga. Quando Jesus ressuscitou e os discípulos começaram a escrever a história do cristianismo pelo mundo afora, eles foram muitas vezes vistos como loucos. Paulo foi um dos apóstolos que mais fez e escreveu seu nome na história. Em Atos, lemos que de tanto usar essa liberdade, Paulo foi preso. E lá na prisão, onde foi colocado pra ver se calava a boca, ele começou a cantar. Já tinha sido preso, apanhado muito, mas cantava louvores a Deus. Nem um pouco preocupado com seu futuro, pois era tão livre que já tinha entregue sua vida literalmente nas mãos de Deus. É preciso ser livre para ter essa coragem. Nada podia segurar Paulo. Nem mesmo as grades da cela puderam. À meia-noite, ouviu-se um grande estrondo, seguido de um terremoto e as grades da cela se abriram. Paulo foi livre o suficiente para não se aproveitar da situação e fugir. Quando o carcereiro viu o que tinha acontecido, avisou que ia se matar. Paulo foi tão livre que preferiu ficar e preservar a vida de um pobre homem, que logo em seguida foi liberto também. Ficou livre para escolher o caminho que iria seguir dali pra frente e escolheu Deus. É deste episódio que surge aquele texto tão usado em adesivos de carros: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16).

Realmente, seguir a Deus é a maior prova de liberdade que temos. Tem que ser muito livre mesmo, não dever nada a ninguém, pra poder tomar essa atitude. Tem que não olhar pra trás, nem pros lados. Tem que sacudir a poeira e as serpentes que às vezes tentam se enroscar nas nossas pernas. É olhar para a pessoa que te critica e dizer: “Sou tão livre que não me importo com o que você pensa de mim. Estou indo... Fui!”

Em um mundo em que as pessoas tomam por certo o que é errado e o que é errado por certo, é perfeitamente normal que achem que quem segue a Jesus é alienado, pouco inteligente, sem opção de vida. Só que é exatamente o contrário. Fazer essa opção é a maior prova de liberdade que um ser humano pode dar-se a si mesmo e a todos os que o rodeiam.

Que você possa usar corretamente a liberdade que você tem. Vivemos num país livre, onde podemos dizer, fazer, pensar o que quisermos. Não deixe pra sentir saudade da liberdade quando você não mais a tiver.

Boa semana!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Querido diário...

Quem, nessa vida, nunca teve um diário? A maioria das meninas, crianças ou adolescentes, já teve um. Algumas, hoje, já mulheres, casadas, ainda mantêm um livrinho com um cadeado e uma chave que guardam com a própria vida. Nesse livrinho, elas escrevem seus dissabores, suas alegrias, contam suas histórias para si mesmas.

Eu também já tive um. Ou melhor, vários. Começou na oitava série, quando a professora de Português nos incentivou a escrever um diário para exercitar a redação e a ortografia, a caligrafia, etc. E nós escrevíamos ingênuas, falávamos mal das coleguinhas que nos perseguiam na escola, das artes que aprontávamos contra os professores e a secretária da escola. Contávamos tudo. E a professora lia tudo depois. Ela sabia da nossa vida. Tim-tim por tim-tim.

Na era da informática, continuei exercitando esse hábito. Não com tanta constância como fora na adolescência, mas vez por outra eu escrevia algo. Sempre que estava muito triste, eu ia lá e escrevia alguma coisa. Algum tempo antes, eu usava as agendas que ganhava ao início de cada ano. Algumas eu tenho ainda hoje. Lembro-me perfeitamente o que estava sentindo, sobre quem estava falando na época que escrevi alguns de meus desabafos. Em alguns casos eu usava códigos criados por mim mesma, um alfabeto secreto, porque sempre tinha alguém em casa querendo saber além do que eu permitia, então, a melhor maneira era codificar.

Então, recentemente, eu tenho escrito no meu note book. É fácil, coloco-o no colo, ponho uma música legal, fones no ouvido, abro o Word e conto tudo: tristezas, vitórias, fracassos, arrependimentos, planos para o futuro, sonhos conhecidos e secretos. Em alguns casos eu ainda escrevo assim: “sei que daqui a algum tempo vou ler esse texto e sorrir de tudo isso”. Ou porque venci algum medo, ou porque terei alcançado algo que no momento me parece inatingível.
No final, me sinto mais leve, acabo nem tendo que alugar ninguém com meus dilemas, meus anseios e meus planos malucos.

Mas ontem, algo em mim mudou.

Sempre tenho me questionado porque não sinto vontade de orar, às vezes. Como eu digo pra pastora: “às vezes eu chego à igreja e só mentalizo, porque sei que Deus tá lendo meu pensamento e sabe o quanto eu estou triste, ou cansada, ou qualquer outra coisa”...
Os dias vão passando e eu não consigo ter a vida de oração que gostaria de ter, ou pelo menos, que sei que preciso ter. Um dia, numa manhã de oração em grupo, presenciei uma experiência que mexeu muito comigo. Eu comecei a pensar: Eu quero isso pra mim, eu quero viver isso também. Mas, ao mesmo tempo, eu reconheci que só quem vive aquilo é alguém que tem muita intimidade com Deus, que é “assim” com Ele.

E agora, o livro que estou lendo chama-se “Oração, a chave para o avivamento”, do pastor Cho, da Coréia. Ele conta de suas experiências com a oração, os tipos de oração que existem, etc. Muitas vezes, a gente acha que a oração é algo muito simples, muito fácil de fazer, mas como existem empecilhos que nos impedem de orar... e assim, a nossa vida vai atravancando cada vez mais, fica parada no mesmo lugar, não vivemos nada de novo...

Sim, mas o que tem tudo isso a ver com a história do diário?

Nesse exato domingo, ontem, eu entendi algo que veio como resultado de alguns poucos segundos de oração. Na igreja, eu pedia mudança, libertação de tanta coisa ruim que tem me complicado a vida, me segurado, me feito andar pra trás, ainda que contra a minha vontade... E veio de Deus imediatamente, uma resposta que dizia mais ou menos algo como: “ao invés de contar no seu diário eletrônico, conte pra Mim. Esqueça o seu diário, faça de Mim o seu diário...”

E eu me lembrei de imediato que aquilo era uma verdade, que no domingo à tarde eu tinha desabafado profundamente com o meu note book. Tinha escrito nele algumas coisas que me apertavam o coração e me angustiavam a alma. Coisas que eu não poderia dizer aos mortais, porque senão eles se ofenderiam profundamente. Depois de um tempo de aprendizado, tenho conseguido guardar as coisas que gostaria de dizer. É melhor eu preservar as pessoas do que me satisfazer ao desabafar. Quando a gente desabafa, tira um peso dos nossos ombros e o repassa imediatamente a uma pessoa envolvida na história.

E naquela hora, eu lembrei do meu diário. E entendi que a falta de vontade de orar era simplesmente porque eu não tinha nada pra falar com Deus. Também, pudera, eu já tinha escrito tudo e me aliviado das tensões, dos problemas, das raivas. E ainda tinha a cara de pau de dizer pra Deus: “Senhor, me perdoa, eu não tô muito a fim de falar hoje, eu to tão cansada, tão triste, tão sei-lá-o-quê”.

Cara de pau mesmo, né? Sinceramente, Deus tem muita paciência comigo. Passei milhares de vezes por uma passagem da Bíblia que queria me dizer muita coisa, mas eu lia e não conseguia assimilar a informação: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28).
É isso. Quando a gente lê isso e não presta atenção, pensa assim: esse texto já foi pra mim, mas hoje eu já aceitei Jesus, não estou mais cansada e nem oprimida, portanto não preciso mais dele. Mas isso se inclui pra gente antiga na igreja, gente como eu, que escrevia em diário e se esquecia de contar pra Deus.

Domingo foi dia de muita revelação na minha vida. E olha que foi um domingo em que eu não estava me sentindo digna de nada mesmo, de tão chateada que eu estava. Mas Deus usa as situações mais estranhas pra nos sacudir. E olha que foram poucos segundos, como eu disse. Imagina se eu realmente desenvolver um diálogo mais prolongado com Ele.

Tomara que você também se sinta melhor hoje, ao saber que o melhor diário para escrevermos nossa história é manter um diálogo contínuo com Deus. O bom de tudo, é que Ele lê, dá sugestões, resolve os problemas e ainda reescreve uma nova história, cheinha de novidades.
Bom dia, boa semana!
Ah, e feliz ano novo também. Ainda que bem atrasado!