sábado, 27 de março de 2010

VIVENDO O SOBRENATURAL DE DEUS (escrito em 24/03/2010)

Estou sorrindo desde ontem. Saí do trabalho, entrei no shopping, fui ao supermercado, cheguei em casa... sorrindo. Literalmente. As pessoas olhavam pra mim com uma interrogação no rosto, como quem quer dizer: “Eu nem conheço essa maluca e ela está vindo na minha direção com um sorriso”. Ao chegar em casa, tentei ligar para algumas pessoas, mas já estavam dormindo. Eu estava tão alegre que pensei: “Hoje eu acordo um”. E liguei para outra grande amiga, que estava acordada. Se estivesse dormindo, ela já sabe que eu deixaria o telefone tocar até ela atender.

Na segunda-feira, uma pessoa me disse que estava com um sorriso constante o dia inteiro, por tantas maravilhas que estavam acontecendo na vida dela. Eu fiquei imaginando o que era passar o dia inteiro com um sorriso fixo no rosto. Apenas imaginei, não consegui concluir o pensamento sobre o assunto.

Sei que ontem aconteceu comigo.

Viver no sobrenatural é algo que muitos não acreditam, outros não entendem e outros não aceitam. Mas existe. O sobrenatural de Deus é maravilhoso. É você olhar para todas as circunstâncias, ver que não dá e entregar para Deus. Seja lá o que for: uma dívida, um relacionamento falido, uma situação de desemprego, de medo, de dúvida, de incerteza. E, de uma hora para outra, os fatos, a realidade e a situação mudam, como num passe de mágica, num piscar de olhos.

Você descansa e desiste de lutar pela situação. Descansa por não ter mais forças e nem competência para pensar naquilo, lutar por aquilo. E é exatamente aí, quando você resolve parar para descansar, que Deus começa a agir. E como Ele não é de carne e osso, assim como eu e você, opera no sobrenatural. E o sobrenatural acontece, e você olha para todos os lados, olha para o raciocínio humano e vê que aquilo que aconteceu não tinha a menor possibilidade de acontecer. Você pisca, tenta enxergar direito, pergunta se ouviu a coisa certa e o sobrenatural continua ali, na sua frente. É como se pedisse para te beliscarem e mesmo assim você não acorda do sonho.

Estou feliz demais. Eu não sou desse mundo, definitivamente não sou daqui. E como não sou daqui, é de se esperar que minhas experiências de vida sejam também de outro mundo: sobre – naturais. Não são naturais as alegrias que eu vivo, a paz que eu tenho enquanto o mundo inteiro se despedaça ao meu redor. A calma que as pessoas dizem que eu transpiro também não é normal. O meu ‘não reclamar’ quando todos reclamam não tem sido nada normal também.

Mas eu não estou nem aí se me chamarem de louca, de doida, de anormal. Tenho um Deus que vai à minha frente, resolvendo tudo enquanto eu simplesmente descanso. Isso é normal?

Eu não sou daqui, portanto, não esperem de mim atitudes de uma pessoa comum. Eu não sou comum.

Sou inédita, exclusiva, feita detalhada e semelhantemente por um Deus que não é nada comum.

Sou filha de um Deus que me dá presentes quando eu menos espero.

Sou refém de um relacionamento de amor, compreensão, sacrifícios e benefícios. Nem tento mais sair desse relacionamento, sou dependente dele para viver.

Alguém consegue me entender?

Posso dar uma dica: hoje, a palavra é de gratidão!!!

(Texto para reflexão e compreensão do dia de hoje: II Samuel, 24.1-25)

terça-feira, 9 de março de 2010

Liberdade


Dia desses eu ia para o trabalho, no ônibus, pela manhã bem cedo. Próximo a mim, sentou-se uma garota que começou a ler uma grande Bíblia de capa cor de rosa. Pra falar a verdade, há dias que venho observando essa moça. Esporadicamente apanhamos o mesmo ônibus e a atitude dela é sempre a mesma: procura um lugar pra sentar, abre a Bíblia e começa a ler.

Comecei a pensar em vários aspectos da atitude dela. Isso me remeteu imediatamente à palavra liberdade. Diz um ditado popular, que só damos valor às coisas quando não mais as temos. Não apenas as coisas, mas as pessoas, os sentimentos, etc. Imediatamente comecei a pensar que, em vários lugares do mundo, existem pessoas que não podem sequer esboçar o abrir de uma Bíblia, pois isso lhes custaria a vida. Pessoas que vivem em países onde os cristãos são perseguidos, onde pedaços de páginas da Bíblia contendo metade de um versículo passam de mão em mão, por baixo de portas, em segredo, em silêncio, para que alguns poucos possam ter acesso à Palavra de Deus. Lugares no mundo onde uma pessoa pode ser presa e torturada até a morte simplesmente por expressar seu credo religioso.

E comecei a pensar na liberdade que nós temos aqui, no Brasil. Aceita-se todo tipo de religião, de denominação, você é livre pra escolher aquilo que quer ser, o ensinamento que quer seguir. Quanta diferença! Mas o que será que nós estamos fazendo com essa liberdade que nos é dada? Será que a estamos utilizando da maneira adequada?

Sei lá, talvez outras pessoas no ônibus, ao olharem para o gesto daquela moça abrindo sua Bíblia para ler, possam ter pensado que ela é uma alienada, coitada; que é uma fanática querendo se mostrar. Mas ninguém sequer pode imaginar o quão ela é livre. O quão ela exerce bem o seu direito de fazer o que quiser. Ela fez uma escolha que mostra toda a sua liberdade. Ela é livre para ser chamada de louca, de fanática, de exibicionista, sei-lá-de-quê. Ela é livre.

E nós? O que estamos fazendo com a liberdade que temos? Será que precisaremos perdê-la um dia para que possamos compreender o seu real valor? Será que vai chegar o dia em que teremos que falar em segredo, aos cochichos, aos símbolos, quem realmente somos e a que viemos?

Se esse dia ainda não chegou – e espero que nunca chegue – então porque agimos como se já o estivéssemos vivendo? Por que não usamos da nossa liberdade para fazer aquilo que muitas vezes desejamos mas nos falta coragem?

Essa coisa de perseguição, de preconceito é antiga. Quando Jesus ressuscitou e os discípulos começaram a escrever a história do cristianismo pelo mundo afora, eles foram muitas vezes vistos como loucos. Paulo foi um dos apóstolos que mais fez e escreveu seu nome na história. Em Atos, lemos que de tanto usar essa liberdade, Paulo foi preso. E lá na prisão, onde foi colocado pra ver se calava a boca, ele começou a cantar. Já tinha sido preso, apanhado muito, mas cantava louvores a Deus. Nem um pouco preocupado com seu futuro, pois era tão livre que já tinha entregue sua vida literalmente nas mãos de Deus. É preciso ser livre para ter essa coragem. Nada podia segurar Paulo. Nem mesmo as grades da cela puderam. À meia-noite, ouviu-se um grande estrondo, seguido de um terremoto e as grades da cela se abriram. Paulo foi livre o suficiente para não se aproveitar da situação e fugir. Quando o carcereiro viu o que tinha acontecido, avisou que ia se matar. Paulo foi tão livre que preferiu ficar e preservar a vida de um pobre homem, que logo em seguida foi liberto também. Ficou livre para escolher o caminho que iria seguir dali pra frente e escolheu Deus. É deste episódio que surge aquele texto tão usado em adesivos de carros: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (Atos 16).

Realmente, seguir a Deus é a maior prova de liberdade que temos. Tem que ser muito livre mesmo, não dever nada a ninguém, pra poder tomar essa atitude. Tem que não olhar pra trás, nem pros lados. Tem que sacudir a poeira e as serpentes que às vezes tentam se enroscar nas nossas pernas. É olhar para a pessoa que te critica e dizer: “Sou tão livre que não me importo com o que você pensa de mim. Estou indo... Fui!”

Em um mundo em que as pessoas tomam por certo o que é errado e o que é errado por certo, é perfeitamente normal que achem que quem segue a Jesus é alienado, pouco inteligente, sem opção de vida. Só que é exatamente o contrário. Fazer essa opção é a maior prova de liberdade que um ser humano pode dar-se a si mesmo e a todos os que o rodeiam.

Que você possa usar corretamente a liberdade que você tem. Vivemos num país livre, onde podemos dizer, fazer, pensar o que quisermos. Não deixe pra sentir saudade da liberdade quando você não mais a tiver.

Boa semana!