sábado, 23 de março de 2013

Rã ou Pintassilgo???

Olá, pessoas...

Estou lendo atualmente um livro do Cipriano LUCKESI, chamado "Avaliação da Aprendizagem: componente do ato pedagógico". Na verdade eu comecei há algum tempo, mas paro e volto, paro e volto... E cada vez que releio o que já tinha grifado antes - só sei ler riscando o livro - aprendo mais um pouco.

Num certo trecho do livro, ele cita uma fábula que consta no livro de Rubem Alves (Estórias de bichos) e que muito me chamou a atenção. Olha aí:

"Conversador, o pintassilgo disse às rãs: "Como vocês conseguem viver aqui neste fundo de poço escuro, úmido, cheio de limo e frio? De onde venho, de fora do poço, há o sol a brilhar, o céu azul, o horizonte, flores, borboletas e pássaros a voar. É possível apreciar a beleza das campinas, tudo é grande e imenso..." As rãs, ao ouvir o relato do pintassilgo, tiveram muitas dúvidas sobre a veracidade do que ele dizia e disseram-lhe que seu relato era pura mentira. Elas nunca haviam ouvido falar de tão grandioso e belo mundo. O pintassilgo, porém, era incansável e repetiu toda a sua história, na tentativa de convencer as rãs da necessidade de saírem para além da boca do poço, a fim de conhecerem um mundo diferente e mais amplo. Então as rãs consultaram seus sábios e cientistas e estes afirmaram nunca terem tido a oportunidade de ouvir falar nesse mundo. Certamente era uma mentira do pintassilgo. Dessa forma, as rãs chegaram à conclusão de que o pintassilgo era mentiroso e deveria morrer antes que conturbasse o mundo e a ordem na sua comunidade; e... o pintassilgo foi morto."

Diariamente encontramos rãs no nosso caminho e, às vezes, também nos portamos como tais. O fato de nunca termos visto não significa que não existe. Se você encontrar rãs no seu caminho, e elas não conseguirem ou não quiserem enxergar "para além da boca do poço" junto com você, corra delas, ou elas te matarão. E como tem gente disposta a matar nossos sonhos todos os dias... Fica a dica!