quinta-feira, 25 de junho de 2009

Você retrocede?

Oi, pessoal, que todos estejam em paz!

Esta é a primeira postagem do meu blog, o Blog da Su. Estou muito feliz, porque estou construindo algo. O blog da Su, ou “nãoretrocedo.blogspot.com” ainda está em construção e espero aprender bastante, pra poder fazer algo bem bonito, um caminho pelo qual todos gostem de passar, ainda que virtualmente, e que todos se sintam felizes ao passar por aqui e ler os meus posts.
Primeiramente, quero falar sobre o nome do endereço do Blog da Su, pois sei que essa história vai render muitas outras ao longo do tempo. “Não retrocedo”, significa não volto atrás. Para muitos essa frase poderá parecer um tanto quanto radical. Será?

Bem, ela tem uma explicação, pelo menos pra mim. Tem uma grande razão para existir. O apóstolo Paulo (isso, aquele mesmo, da Bíblia, que outrora era Saulo, perseguia os cristãos, até que se converteu), diz que nós não devemos ser daqueles que retrocedem. Não devemos ser daqueles que voltam atrás, que se arrependem e repetem velhas práticas. Não vou dizer que eu já esteja cem por cento assim, mas o endereço do blog servirá para me alertar sempre de algo que jamais devo esquecer: não sou daquelas que retrocedem.

Já retrocedi algumas vezes, várias vezes na vida. Já me arrependi de um emprego que abri mão, já quis (muito!) voltar atrás num relacionamento amoroso, já quis voltar no tempo em que a grana era menos escassa e eu gastava mais, e gastava sem pensar... já quis voltar atrás em tanta coisa... acho que isso acontece com todo mundo. Mas, volta e meia, lá está o apóstolo Paulo me fazendo lembrar que não sou daquelas que retrocedem. O povo de Israel padeceu 40 anos vagando pelo deserto porque quis retroceder. Era uma viagem de uns 11 dias, mas durou 40 anos. A cada dificuldade que surgia, eles queriam voltar atrás, sujeitando-se até a passar novamente por um grande sofrimento (a escravidão no Egito, sob as ordens de Faraó) do qual já estavam libertos, a ter que persistir, insistir, andar pra frente sem retroceder...

Como somos povo de Israel tantas vezes na vida... Já me olhei no espelho numa segunda-feira de manhã e me disse: como eu gostaria de ter aceito aquela proposta de emprego, de casamento, de viagem, de tanta coisa... como eu gostaria de ter dado essa resposta naquele momento...

Mas o momento já foi. Não volta mais. O noivo sumiu, a vaga no emprego foi ocupada, outra pessoa fez a viagem no seu lugar; seu filho tá magoado com aquilo que você não queria dizer, mas disse. E você não pode retroceder. Eu não sou das que retrocedem. Eu peço perdão, mas não posso retroceder. Porque, toda vez que retroceder, viro novamente o povo de Israel e volto a vagar no deserto, sem previsão de sair dele. E o deserto é tão ruim... o próprio nome já diz: você está só, ainda que rodeada de pessoas. Você está com sede sempre, e cai na ilusão de um oásis, para se decepcionar logo depois.

Como é difícil não querer retroceder, como é difícil não realizar essa vontade de voltar atrás. Quantas vezes tenho caminhado, às vezes com os olhos cheios de lágrimas e o coração aos prantos, ma sempre olhando pra frente, por me lembrar que não sou das que retrocedem? Muitas vezes. Sabe quando o pai ou a mãe da gente dá um sermão sobre “lavar a louça do almoço” e você vai pra pia, pisando duro, resmungando sobre o mundo inteiro, se achando a pior das criaturas, mas, como não tem outra alternativa, vai lavar a louça do almoço? É mais ou menos assim que acontece, quando decidimos não ser dos que retrocedem: a gente chora, funga, reclama baixinho, mas TEM que ir andando, sempre em frente...

Antes de começar a escrever esse post, eu estava deitada, ouvindo um CD da minha infância (naquela época era LP, mas isso faz bem pouco tempo, né?), de um grupo chamado Logos (www.vpc.com.br). O nome do CD é Caminhos, um dos meus preferidos, pois me reporta a momentos maravilhosos da minha infância e pré-adolescência. Quando ouço as músicas desse CD, eu consigo sentir até o cheiro da minha vida naquela época, vêm tudo muito forte à minha mente. Enquanto eu ouvia as músicas, o tema do post veio surgindo na minha cabeça e eu fui projetando as idéias enquanto cantava e concluía que DEUS NUNCA RETROCEDEU SOBRE MIM. Confesso que da minha infância pra cá, eu evoluí espiritualmente muito menos do que deveria para o espaço de tempo que liga aquela idade à idade atual que vivencio. Mas, mesmo assim, DEUS NUNCA RETROCEDEU SOBRE MIM. Por mais que eu tenha retrocedido sobre Ele várias, inúmeras vezes, ele não pagou com a mesma moeda.

Você já pensou se Ele tivesse retrocedido na sua missão? Se ao invés de dizer aquela conhecida frase “entretanto, seja feita a tua vontade”, ele tivesse dito: “Pai, sei que o sacrifício pelo qual tenho que passar é muito nobre, pois salvará o mundo, mas dá pra fazer isso depois? Dá pro Senhor ter outro filho e pedir que ele pague o preço em meu lugar?”. Eita, tava todo mundo encrencado até hoje! Aliás, é provável que nem estivéssemos aqui pra contar a história do Messias que retrocedeu.

Mas isso não aconteceu e hoje, podemos estufar o peito e dizer com voz firme, que temos um Deus que nos amou tanto que deu seu único filho por nós. E podemos estufar mais ainda o peito pra dizer que esse filho não fugiu à luta. Como no Hino Nacional Brasileiro, poderíamos cantar pra Deus: “Verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte...”
E nós? Somos dos que retrocedem? Somos dos que fogem à luta? Eu tenho tentado não ser. Tenho tentado não largar minha cruz no meio do caminho, mas às vezes a vontade é tanta... por isso o endereço do Blog da Su é nãoretrocedo.com: pra lembrar sempre que não devo ser daquelas que retrocedem. Por mais que a cruz esteja pesada, arrancando sangue, suor e lágrimas.

Uma música que ouço agora, do mesmo grupo Logos, diz: “quem em Cristo põe a vida, não pode mais olhar pra trás”. É isso: esperança de vida nova, olhando sempre pra frente, pois o que tinha lá atrás, realmente ficou pra trás: aquela vaga de emprego com um salário de encher os olhos, o amor da sua vida (ou que pelo menos você achava que era o amor da sua vida) e tantas outras coisas e situações pelas quais você e eu passamos e escolhemos deixá-las passar.

Só pra finalizar, aproveitando que eu estou falando de deixar amores para trás, sempre ouço as pessoas dizerem que, se você não amar a si mesmo é incapaz de amar ao outro. Pois bem: discordo, em parte, dessa história. Concluí que, se não amarmos a Deus, aí sim, seremos incapazes de amarmos ao outro. Porque o amor por nós mesmos ou até pelos nossos filhos não é tão incondicional assim, e nem tão desafiador, quanto o amor que devemos e precisamos sentir por Deus. Se você exercita todos os dias o amor por Deus que é alguém que você não vê, não toca fisicamente, e até parece não te responder quando certas vezes você questiona e chama por Ele, e se consegue ser aprovado como “bom amante” desse Deus, então você é capaz de amar qualquer outra pessoa, com suas qualidades e defeitos. De minha parte, estou procurando exercitar esse amor e ser aprovada no final das contas, para que esteja novamente aberta para amar novamente: amar aquele que será meu companheiro pelo resto da minha vida. Estejam à vontade para enviar seus comentários. Em algum lugar desse mundo virtual, alguém há de ter se identificado com essa história toda e entendido o que eu quis dizer aqui.